domingo, 30 de dezembro de 2012

Musculação X Exercícios Aeróbios: Adaptações fisiológicas agudas e crônicas diferentes


A prática da musculação é uma atividade classificada como atividade intermitente, ou seja, que possui intervalos entre as execuções dos exercícios e metabolicamente é classificada como atividade anaeróbia alática/lática. As adaptações fisiológicas envolvidas com a prática da musculação estão totalmente ligadas às adaptações do metabolismo anaeróbio lático/alático.

Esse metabolismo não utiliza o oxigênio para a produção de energia, portanto as fontes principais energia para esse metabolismo funcionar são as moléculas de ATP (adenosina trifosfato) e os carboidratos. As ressínteses das moléculas de ATP são dependentes das ressínteses de CP (creatina fosfato) que são essenciais para a retarda da fadiga intramuscular.

O metabolismo anaeróbio glicolítico (utilizado na prática da musculação) irá gerar uma fadiga intramuscular que é dependente da intensidade do treinamento exercido. Essa fadiga intramuscular é causada pela liberação de uma substância chamada de lactato, que por sua vez irá fazer com que o ph da célula muscular se altere, impossibilitando dessa forma a continuidade da contração muscular causando a fadiga intramuscular.

Bom agora que está descrito de maneira breve o metabolismo anaeróbio glicolítico que é utilizado na prática da musculação, vamos discutir as adaptações fisiológicas.

De maneira aguda as adaptações fisiológicas são: Aumento da sudorese (suor), aumento da frequência cardíaca, aumento da vascularização, maior bombeamento sanguíneo para os músculos e maior vasodilatação intramuscular causada pela vasoconstrição das contrações musculares exercidas.

De maneira crônica as adaptações fisiológicas são: Aumento da secção transversa das fibras musculares (hipertrofia muscular), aumento considerável da vascularização, aumento do calibre das veias, maior retenção hídrica e de aminoácidos intramuscular, maior resistência ao lactato (sistema de tamponamento ao lactato mais eficaz), melhor e maior ressíntese de ATPS, maior concentração de glicogênio intramuscular e hepático, aumento do metabolismo basal e melhor densidade e fortalecimento ósseo.

Já as atividades aeróbias são exercidas através da ativação do metabolismo aeróbio ou metabolismo oxidativo. Na maioria das vezes são classificadas como atividades contínuas, mas podem ser realizadas também de maneira intervalada.

O metabolismo aeróbio utiliza a captação de moléculas de oxigênio para a obtenção e produção de energia. Os nutrientes utilizados por esse metabolismo para a obtenção de energia são os carboidratos e os lipídeos. A utilização da água em processos bioquímicos é de extrema importância para que o metabolismo oxidativo esteja sempre bem ativado, portanto mantenham-se sempre bem hidratados durante qualquer atividade. Cada pessoa individualmente possui uma condição de captação de oxigênio, que chamamos de VO2 (volume de oxigênio captado na atividade) e é essa condição de captação que irá diferenciar o bom desenvolvimento em atividades aeróbias ou o ruim. É claro que com a prática de atividades aeróbias podemos melhorar e muito nosso VO2. Ela é importantíssima não só para a utilização da gordura como fonte energética, mais para a melhora do sistema cardiovascular em geral.

Com a ativação do metabolismo aeróbio em uma atividade física, as adaptações fisiológicas agudas são: Aumento da frequência cardíaca que é dependente da intensidade do treinamento que está sendo realizado, aumento da captação de oxigênio (VO2), utilização da glicose e da gordura como substratos energéticos, aumento da vascularização e bombeamento sanguíneos, aumento da pressão arterial e geração de energia através de processos bioquímicos particulares desse metabolismo como, por exemplo, o ciclo de Krebs que ocorre dentro das mitocôndrias (células responsáveis pelo metabolismo oxidativo).

De maneira crônica, as adaptações fisiológicas são: Efeito hipotensivo com duração de até de 48 horas pós-exercício, aumento do número de mitocôndrias ativas para o melhor e maior funcionamento do metabolismo oxidativo, melhora da circulação e irrigação sanguínea para a periferia, aumento expressivo da condição de captação de volume de oxigênio (VO2), aumento da velocidade da lipólise(quebra bioquímica do triglicerídeo para ser utilizado como fonte energética) e aumento do EPOC, (captação de oxigênio em repouso).

Bom pessoal, podemos perceber que através dessa simples descrição das adaptações fisiológicas agudas e crônicas desses dois metabolismos, que além de possuírem características individuais e únicas a ativação dos DOIS são essências para que vocês tenham uma maior qualidade de vida e performance de maneira completa.

Os praticantes de musculação irão utilizar os exercícios aeróbios como complemento de seus treinos, obtendo dessa forma as adaptações agudas e crônicas do metabolismo oxidativo e os praticantes de atividades aeróbias irão treinar musculação como complemento ao seu treinamento visando ter os mesmos benefícios.

Equilíbrio é a palavra chave para a obtenção da Saúde e da qualidade de vida!